Home Marketing e Comunicação Novo Logo do Governo Federal e a Polêmica da Licença

Novo Logo do Governo Federal e a Polêmica da Licença

Postado em 03/05/2011

Recentemente, o Governo Federal apresentou o seu novo logo. Gostos e funcionalidade à parte, gerou-se uma polêmica em torno da utilização de fontes da família Gotham no logo, as quais, para serem utilizadas, precisa-se pagar a licença.

Por Alexandre Bigaiski

A ADG (Associação dos Designers Gráficos) redigiu uma carta aberta ao Governo Federal, na qual explica os problemas em utilizar as fontes do novo logo e algumas sugestões de solução para o caso. As fontes utilizadas no novo logo do Governo Federal são da família Gotham 1, a qual tem um valor de licença a partir de 199 dólares (aproximadamente 330 reais), para ser utilizada em cada computador. Quanto gasto isso não geraria para o Governo? E ainda a fonte foi doada pelo diretor de arte Marcelo Kertész.

Este caso nos faz pensar que a melhor forma de resolver isso é trabalhar com uma fonte de licença livre, ou melhor, uma fonte produzida especialmente para o logo, exclusiva. Já pensou se você utiliza uma fonte em um logo de um cliente seu e ele precisa pagar licença para utilizá-la, mesmo não tendo conhecimento disso?

Por isso que todos os designers, assim como outros profissionais que trabalham nesta área, devem conhecer todas as regras referentes à utilização de fontes em logos. Problemas futuros podem ser evitados apenas com o conhecimento das leis de direitos autorais. Se o seu cliente tiver problemas, você também terá.

O que mais impressiona no caso do novo logo do Governo Federal é o fato de o diretor de arte que o criou não ter conhecimento de que as fontes da família Gotham são propriedade de uma empresa e são protegidas por direitos autorais. Se ele tem conhecimento, pode ter ignorado, o que não é uma boa ideia. Ainda mais em se tratando de um projeto tão grande quanto este. Enquanto o Governo Federal está preocupado em economizar dinheiro para o país, não seria interessante pagar licença de uso de fontes. Existem opções melhores.

Quando você, designer, estiver em um projeto de criação de logo, seja grande ou pequeno, leve em consideração os direitos autorais envolvidos no processo. Você pode estar utilizando uma fonte protegida e terá de pagar licença. Dependendo do caso, não é nem um pouco vantajoso.

Uma ideia melhor? Criar uma fonte exclusiva. Além de você não precisar pagar licença, a fonte terá uma personalidade que combina completamente com o seu cliente. A identificação fica exclusiva, pessoal. Com certeza o seu cliente vai gostar muito de algo produzido só para ele, e o seu trabalho vai ser ainda mais valorizado.

O que você acha do novo logo do Governo Federal? De que lado você está nessa polêmica?

Abraços e bons negócios.

Gráfica Atual Card https://blog.atualcard.com.br

+ Conecte-se

Tags:, , , , , ,

Gostou dessa matéria? Então compartilha.

Deixe seu comentário!

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  • Augusto Silverio disse:

    Excelente post sobre licença de fontes.

  • Daniel Schmitz disse:

    O governo nao devia fazer a menor idéia da fonte. Possivelmente tercerizou o serviço.

    • É possível, Daniel. Mas, de qualquer forma, o profissional que fez o logo deveria entender sobre isso, não acha?

  • Cacá Zahn disse:

    Este episódio mostra o quanto é importante a boa formação de um designer. Criatividade (!?!), computadores, muitos “profissionais” possuem, mas a ética, não é um dom nem um bem palpável, e sim uma virtude/qualidade desenvolvida em boas instituições de ensino.

  • Concordo com o Daniel. Na verdade (acho que óbvio) o erro foi do Diretor de Arte, que como tal deveria saber desses detalhes. Mas o que acho mais hilario é que se a agencia que fez tem certa especialidade em branding, deveria ao menos saber das licencas ou pelo menos criar a propria fonte.
    😀

  • Hallyson disse:

    Acho uma besteira esse negócio de fonte protegida por licença. #fato

  • Mauro Lang disse:

    No mundo de Design Gráfico há muitas entrelinhas que a maioria não leva em consideração, sendo o profissional formado ou não.
    No caso destacado aqui, o mais provável é que o profissional que desenvolveu o trabalho tenha formação superior, pois aqui em Brasília não se contrata profissionais sem esta escolaridade.
    Não sou formado, mas os 14 anos de atuação na área, em várias vertentes, me credenciam para comentar o assunto.
    Conheço vários profissionais sem formação, como eu, que desenvolvem trabalhos de altíssima qualidade, com conhecimentos apurados nas técnicas, que utilizam ferramentes de acesso livre (incluindo as fontes), assim como conheço profissionais graduados que não sabem como é o processo todo, usam cores em demasia, não sabem aproveitar espaços no papel, utilizam fontes pagas, enfim, causam um impacto financeiro grande ao cliente na hora do vamos ver, quando os trabalhos são colocados na produção.
    Graças a estes profissionais estou cada vez mais ganhando espaço aqui em Brasília. Em outras palavras: consertando as “viagens” do pessoal que acha que sabe alguma coisa pelo fato de terem formação superior.
    Antes que alguém venha descer a lenha por causa dos meus comentários, esclareço que, independente da formação, é fundamental conhecer todo o processo produtivo, assim ganha-se tempo, satisfaz o cliente e diminui o risco de algo dar errado ao final da produção. Por consequência, seu conceito se eleva e as indicações de clientes tendem a crescer, gerando-lhe mais lucro e satisfação profissional.
    OBS: Estão excluídos dos comentários os micreiros e os profissionais formados que conhecem a fundo o processo.

    • Carine disse:

      Boa tarde, achei muito interessante este post, eu tenho 15 anos de corel e afins, sou formada em Marketing e propaganda e não sabia dessa lei de fontes pagas com direitos autorais. Por isso a importancia de ficar atento e atualizar-se, quer fazendo cursos, lendo revistas do ramo, etc.
      Mauro, concordo plenamente contigo quanto ao fato de muitos formados se acharem e na hora do vamos ver deixam a desejar, um diploma não garante nada a ninguém. Abraço a todos!

  • Rony disse:

    Excelente matéria que nos alerta sobre os cuidados com nossa nobre profissão. Há também a questão dos códigos de barras que também gerariam uma boa matéria, pois não são apenas fontes que podem ser usadas livremente. Gostaria de ouvir a AtualCard.

  • J Carlos disse:

    “Consulte sempre um designer” Vamos aderir esta campanha!

  • Ellen disse:

    Ótimo post. Adoro acompanhar as novas da Atual… Como arte-finalista, todas as matérias são ótimas!
    Valeu galera da Atual

    • Olá Ellen. Que bom que você gosta dos nossos posts, é muito importante pra gente.
      Abraços e bons negócios.

  • Paulo disse:

    Tive um problema parecido na hora de “nacionalizar” um cartão de um cliente, uma grande multinacional. Resolvemos junto ao Marketing a utilização de fonte parecida que ao final das contas tornou o cartão tão bonito quanto ao determinado pela matriz, sem custo de pagamento pela fonte adotada pela mesma.

  • Paulo disse:

    …só complementando , quem decide e aprova a arte com a fonte exclusiva é o cliente de acordo com padrões, preferências e gostos.

  • tommaso mottironi disse:

    a meu ver a questão é só academica: a utilização de uma fonte comercial numa logo (que normalente é distribuida em jpg ou png ou até convertida em curvas, para evitar alteração da sua configuração) não implica a necessidade de pagamentos por parte de todos que a utilizem.
    A licença de uma fonte de fato não impoe o seu pagamento na simples reprodução dos carateres mas sim na sua instalação em computadores que irão usa-la como tal na formatação de textos.
    Por exemplo, definir que a Gotham seja a fonte a utilizar em todas as produções gráficas relacionadas a logo em causa, acarretaria sim que todos os graficos que trabalhem com essas produções tenham que adquirir a fonte em questão, ou que não é o caso em questão.
    Resta o fato de que a meu ver a administração publica deveria sempre que possivel utilizar software livre e fontes também de livre utilização.

  • Ricardo disse:

    Assim como qualquer trabalho tem como objetivo a remuneração, nada mais do que justo o pagamento pela licença de uma fonte.
    O que eu vejo com frequência é que temos muita informação, mas em canais difusos, ou seja, não temos uma sequência lógica das informações para seguir, por exemplo: As leis de direitos autorais estão onde? Em livros? Artigos? Sites? Com que frequência são modificadas? Até que ponto a informação retirada de um blog ou site pode ser 100% confiável? Posso estar totalmente equivocado, mas eu acho que seria bacana a Associação de Designers fazer um material de divulgação onde possa ter a metodologia a ser seguida para registro de marcas e patentes, além de licenças e outros “cases” burocráticos.
    Bom, não sei se consegui me fazer entender, mas é meu ponto de vista.
    Quem sabe até por meio deste blog possamos postar dicas ou casos em que vivênciamos, assim podemos encontrar juntos uma solução de um problema que tenho certeza quem é comum à todas esferas do design e comunicação indempendente do tamanho ou do profissional. Afinal, nunca sabemos tudo. Certo?

  • Matheus disse:

    Pessoal, a coisa não é bem assim, a matéria está distorcendo um pouco os fatos. Deem uma olhada neste blog que esclarece este assunto.
    http://www.themoon.com.br/blog/?p=3695

  • Jeferson disse:

    E como eu sei se a fonte é registrada ou livre ?? onde se consulta ?? as fontes que vem com o Corel são livres ??? se eu alterar o desenho de uma fonte ela passa a ser personalizada ??

    • Olá, Jeferson.

      Basicamente funciona assim: você pode utilizar qualquer fonte que queira. Se você for utilizar uma fonte para uso comercial, deve pesquisar para saber se pode fazer isso. Algumas fontes são criadas por empresas específicas que cobram pelo uso de suas fontes para uso comercial. Por exemplo, se você for utilizar uma fonte em um logo, ou marca de um produto, que seja protegida por direitos autorais, você deverá pagar (o que é definido pela empresa) pelo uso da mesma.

      Se você alterar o desenho da fonte, ela passa a ser personalizada, pois cada fonte tem o seu desenho específico.

      Abraços e bons negócios.

  • Andre_Pixel disse:

    Bem na medida esse post pois eu mesmo navego bastante buscando fontes e como faço meus trabalhos 100 personalizados veio a me acalhar o assunto pois de agora em diante vou ficar de olho nesse detalhe tambem pois afinal ninguem quer se incomodar Blog:http://andrealvesistemaweb.blogspot.com/

  • Vagner disse:

    Em se tratando de governo federal brasileiro, tenho certeza que tem alguém envolvido,que vai ganhar alguma coisa,com as licenças desta fonte.
    No Brasil as coisas sempre são assim, sempre tem alguém tirando vantagem de alguma coisa.

  • Luiz Fabiano disse:

    Independente do tipo de material a ser utilizado… se ele esta pronto para usar é sinal que que alguém o fez, portanto deve se ter o bom senso em pelo menos averiguar se tal material é gratuito ou não, se é de dominio público ou não..independente se é profissional formado ou não..se tem jargão ou não…o importante é o bom senso na hora de realizar o serviço e principalmente na pré-produçãodo mesmo.

  • nelson seiler disse:

    existe alguma lei que impede o uso indevido da logomarca do governo em artes publicitárias??

    • equipeatual disse:

      Boa tarde Nelson,
      Desconheço essa informação, é necessário fazer uma consulta com um especialista, para que não ocorram problemas.
      Abraços,
      Equipe Atual Card


Assuntos Relacionados

Cartilha de fechamento de Arquivo

O que evitar em um folder

Vendendo com estilo